quinta-feira, 2 de abril de 2015

OAB decide propor modificações em regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) resolveu sugerir alterações nas normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Nos dias 16 e 17, a OAB debateu o assunto em encontro com integrantes da Academia Brasileira de Letras e da administração federal, no Ministério das Relações Exteriores (MRE), em Brasília. De acordo com a Ordem, o tratado ortográfico ainda causa confusão na grafia de muitos vocábulos. A entidade procura um maior entendimento do acordo.

De acordo com a Agência Brasil, a finalidade da iniciativa da OAB é fazer modificações até setembro para abolir lacunas na grafia de palavras específicas. "O acordo ainda não está claro. Queremos fazer algo mais lógico. A língua não é feita para intelectuais. O povo tem de saber grafar. Perde-se muito tempo sendo alfabetizado", afirmou à Agência Brasil o especialista em Língua Portuguesa e representante da Ordem para assuntos sobre nova ortografia, professor Carlos André Nunes.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

'Paladar' e os apps que unem viagem e gastronomia

Dicas de gastronomia e pontos turísticos podem ser encontrados numa nova coleção de aplicativos de viagem lançada neste domingo (8) pelo caderno Paladar, do jornal O Estado de S.Paulo, para os aparelhos com Android e IOS. O Paladar Viagens Gastronômicas pode ser baixado por US$ 2,99. Os aplicativos podem ser executados sem estarem conectados à rede.

Os apps têm curadoria do grupo de jornalistas do suplemento e dão desde indicações dos melhores restaurantes de um local (de valores diversos) até informações sobre onde comprar pratos típicos. Os aplicativos têm roteiros de Nova York, Londres, Paris e Buenos Aires. Em março, três novos destinos serão apresentados: Itália, Espanha e São Paulo (o último em português e inglês).

Para ter acesso aos apps, é só entrar na loja de aplicativos no telefone celular e procurar por "Paladar" mais o nome do destino. Cada app tem aproximadamente cem dicas de restaurantes, cafeterias, feiras e lojas. De acordo com a diretora de Marketing do jornal, Renata Ucha, o conteúdo dos aplicativos vai além das rotas óbvias. "A ideia é também indicar lugares menos conhecidos que ofereçam boa comida e boa experiência", afirmou a O Estado de S.Paulo.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Mostra na Biblioteca Parque Villa-Lobos apresenta 'mistura' de diferentes culturas

Com curadoria da arquiteta Rosely Nakagawa, a nova Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, abriga até 1º de março a mostra Caderno de Artista, do escritor e ilustrador Rubens Matuck. Ele andou por todo o País em busca da miscelânea de distintas culturas. Foi para Goiás, Mato Grosso, Paraná, Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Matuck, que também é gravador, pintor, aquarelista, escultor, desenhista, designer gráfico, quadrinista e professor de arte, procurou entender as diferenças dos biomas, fauna e flora. Na experiência, fez cadernos de arte e escreveu livros, com a participação de conhecedores de cada tema. Nas viagens, o escritor e ilustrador conviveu com a bióloga e ecologista Nícia Wendell e o biólogo, fotógrafo e ambientalista João Paulo Capobianco.

Matuck é de uma família de artistas. É irmão de Carlos Matuck, designer, e de Artur Matuck, professor, pesquisador, escritor, artista plástico, diretor de vídeo, performer, produtor de eventos de telearte, filósofo da comunicação contemporânea e organizador de simpósios internacionais. Rubens Matuck é graduado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP). A mostra pode ser vista diariamente, das 10 às 19 horas, e é organizada pela Associação Brasileira de Bibliotecas e Leitura (SP Leituras). A BVL fica na Avenida Professor Fonseca Rodrigues, 2.001.  

domingo, 11 de janeiro de 2015

Biblioteca de São Paulo realiza a exposição 'A História dos Quadrinhos no Brasil'

A Biblioteca de São Paulo (BSP) promove a mostra A História dos Quadrinhos no Brasil até o dia 1º. Localizada na Avenida Cruzeiro do Sul, 2.630, no Parque da Juventude, no Carandiru, zona norte da capital paulista, a BSP apresenta o acervo de histórias em quadrinhos que está à disposição dos leitores e realiza programação dentro do evento Gibiteca Especial.

A exposição tem como base estudo do ilustrador e quadrinista Gualberto Costa, mais conhecido como Gual, e do cartunista, jornalista e presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB), José Alberto Lovetro, mais conhecido como Jal. A curadoria é de Gual, Jal e Daniela Baptista. A exposição compreende desde o pioneirismo do desenhista italiano que firmou carreira no Brasil Angelo Agostini até os dias contemporâneos, com a nova prole de cartunistas. Agostini publicou em 1869 o primeiro romance gráfico do planeta - As Aventuras de Nhô Quim - na Revista Fluminense, semanário noticioso, literário, científico e recreativo.

A mostra revela ainda por que o País é um dos mais importantes consumidores de revistas em quadrinhos do mundo. Grande número de meninos e meninas iniciam a alfabetização com o empurrão do meio gráfico. O telefone da biblioteca é (11) 2089-0800. A História dos Quadrinhos no Brasil começou em 30 de novembro e abre de terça a sexta-feira, das 9 às 21 horas, e aos sábados e domingos, das 9 às 19 horas. A entrada é de graça.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

O hífen em 'procurador-geral'

Em vigor desde 2009, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, norma legal de escrita para os países onde se fala o idioma, tem regras para a grafia de termos por "composição". De acordo com o Novo Dicionário Aurélio, composição é a reunião de dois ou mais radicais para a formação de uma nova palavra, a qual tem um significado, não raro dissociado das noções expressas pelos seus componentes. É o caso, entre muitos, do vocábulo "procurador-geral", que deve ser redigido com hífen, de acordo com a grafia formal, segundo o Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (Volp).

O substantivo "procurador-geral" é um exemplo de quando dois radicais se acoplam e compõem uma só palavra, escreve o professor Carlos André, diretor do Instituto Carlos André e docente da Escola Superior de Magistratura de Goiás (Esmeg). A lei do Acordo Ortográfico afirma, sobre o uso do traço de união nos "compostos" (combinação de duas ou mais palavras que passam a funcionar como uma unidade): "Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido". A norma cita vários exemplos, como ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris e decreto-lei.

Mas há interpretações diferentes, mesmo com a palavra "procurador-geral" sendo grafada com hífen no Volp. O Manual de Redação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) afirma que, quando o adjetivo não passar um conceito diferente, não se empregará o hífen. Conforme o Manual de Redação, são exemplos de expressões sem hífen: diretor administrativo, diretor adjunto, auxiliar técnico e Secretaria Executiva. "O adjetivo 'geral' entraria nesse caso, uma vez que continuaria significando 'geral', 'global', em palavras como procurador geral e diretor geral", alega a PUC-RS. No entanto, a universidade diz seguir a norma seguida pelo Manual de Redação da Presidência da República, que preceitua o uso do hífen nesse caso, como o Volp.

"Com o termo 'geral', sempre se usa o hífen", afirma a doutora e mestre em Letras Neolatinas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Sandra Bassani, licenciada em Letras - Português, Inglês e Espanhol, e que leciona nos Cursos de Desenvolvimento de Servidores (CDS).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Olimpíada de Língua Portuguesa anuncia vencedores da 4ª edição no dia 17

Será no dia 17, em Brasília, a cerimônia em que serão divulgados os campeões nacionais da 4ª Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro. Um total de 771 convidados, entre eles os 152 alunos finalistas – 38 de cada categoria -, docentes e representantes dos colégios, assistirão ao anúncio. A Olimpíada realiza atividades de formação de educadores com a finalidade de colaborar para o avanço do ensino da leitura e escrita nos estabelecimentos públicos de educação do Brasil.

De acordo com a organização, todos desembarcarão na capital federal no dia 16. No dia 17, alunos e professores farão uma visita acompanhada pela capital, com os parentes e representantes das escolas. Irão aos prédios da Esplanada dos Ministérios, Congresso, Catedral Metropolitana e Palácio do Planalto, sede do governo.

Depois do almoço, eles se preparam para a solenidade, que começará às 16 horas, num recinto de eventos na Asa Sul. A previsão é que o cerimonial seja concluído às 20 horas. Depois, será oferecido um banquete comemorativo aos participantes.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Leitura obrigatória

A relevância da leitura é indiscutível. O ato não é apenas a confirmação verbal do vocábulo escrito. É uma ação extraordinária da cultura civilizatória. Atende tanto a simples como a complexos fins, tem repercussão na realidade social. Pode dar prazer. Mas deve ser obrigatória?

No artigo "A leitura deve ser obrigatória?", publicado na Revista Eletrônica do Vestibular, do Departamento de Seleção Acadêmica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o doutor em Literatura Comparada Gustavo Bernardo afirma que existem dois tipos de leitura: a obrigatória e a livre. Mas, no caso da obrigatória, o professor precisa manifestar o entusiasmo com o que indica, afirma. De acordo com Bernardo, a leitura deve ser tratada como obrigatória, explorando sempre a capacidade desta de permitir ver pela "perspectiva do outro". "A leitura obrigatória deve ser acompanhada de outras formas de estímulo à leitura, a serem inventadas pelo professor e pelos alunos", diz, entretanto.

O autor Antônio Carlos Viana diz, no texto "Não matem o leitor", divulgado no rascunho - O jornal de literatura do Brasil, do diário Gazeta do Povo, de Curitiba, que leitura forçosa não cria leitores. Pelo contrário, afasta-os dos livros, alega. "Quantos alunos continuarão lendo com voracidade poesia e ficção depois do vestibular?", pergunta.

O leitor e blogueiro paulista Luca Souza, de apenas 18 anos, do blogue Descobrindo livros, assegura que, a partir das aulas de Literatura, é possível constatar que muitos estudantes passam a odiar a matéria. Na postagem "Sem roteiro: a leitura deve ser obrigatória?", Souza garante, contudo, que isso acontece não porque o docente não transmite o mínimo de entusiasmo com o que indicou e, às vezes, nem leu o livro sugerido. Segundo ele, o método de educação que mais dá resultados positivos é o exemplo. "Só aprende a ler quem é ensinado por quem faz isso, e muito."

Já o escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva assevera que professores não deveriam abandonar os clássicos e nem se intimidar pelas "preferências". No artigo "leitura obrigatória?", publicado no seu blogue, Paiva escreve que os educadores "deveriam obrigar e pronto!" "Leiam! Quem não ler, repete! Ou mude de escola", sugere. "Mal não faz."