domingo, 7 de dezembro de 2014

Leitura obrigatória

A relevância da leitura é indiscutível. O ato não é apenas a confirmação verbal do vocábulo escrito. É uma ação extraordinária da cultura civilizatória. Atende tanto a simples como a complexos fins, tem repercussão na realidade social. Pode dar prazer. Mas deve ser obrigatória?

No artigo "A leitura deve ser obrigatória?", publicado na Revista Eletrônica do Vestibular, do Departamento de Seleção Acadêmica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o doutor em Literatura Comparada Gustavo Bernardo afirma que existem dois tipos de leitura: a obrigatória e a livre. Mas, no caso da obrigatória, o professor precisa manifestar o entusiasmo com o que indica, afirma. De acordo com Bernardo, a leitura deve ser tratada como obrigatória, explorando sempre a capacidade desta de permitir ver pela "perspectiva do outro". "A leitura obrigatória deve ser acompanhada de outras formas de estímulo à leitura, a serem inventadas pelo professor e pelos alunos", diz, entretanto.

O autor Antônio Carlos Viana diz, no texto "Não matem o leitor", divulgado no rascunho - O jornal de literatura do Brasil, do diário Gazeta do Povo, de Curitiba, que leitura forçosa não cria leitores. Pelo contrário, afasta-os dos livros, alega. "Quantos alunos continuarão lendo com voracidade poesia e ficção depois do vestibular?", pergunta.

O leitor e blogueiro paulista Luca Souza, de apenas 18 anos, do blogue Descobrindo livros, assegura que, a partir das aulas de Literatura, é possível constatar que muitos estudantes passam a odiar a matéria. Na postagem "Sem roteiro: a leitura deve ser obrigatória?", Souza garante, contudo, que isso acontece não porque o docente não transmite o mínimo de entusiasmo com o que indicou e, às vezes, nem leu o livro sugerido. Segundo ele, o método de educação que mais dá resultados positivos é o exemplo. "Só aprende a ler quem é ensinado por quem faz isso, e muito."

Já o escritor, dramaturgo e jornalista Marcelo Rubens Paiva assevera que professores não deveriam abandonar os clássicos e nem se intimidar pelas "preferências". No artigo "leitura obrigatória?", publicado no seu blogue, Paiva escreve que os educadores "deveriam obrigar e pronto!" "Leiam! Quem não ler, repete! Ou mude de escola", sugere. "Mal não faz."

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